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Seções » Dicas de saúde

Depressão Infantil -Doença que quase ninguém vê!
Fonte: Drª Vânia Fortuna - Psicanalista e Conselheira em dependência química na clínica Psicomed
Publicado no site em 21/10/04


"Há olhos que não vêem, há bocas sempre caladas,
Muitas mãos que não seguram
Braços que não abraçam,
Mentes que se esqueceram de abrir-se para o sol."
 
Ziraldo
 

A criança demonstra apatia, desinteresse, distúrbios escolares, do sono e da alimentação e se isola de grupos. Quando uma criança apresenta estes sintomas, é comum ouvir da família e da comunidade escolar, que esta criança é desatenta, irresponsável, tem gênio difícil e não quer nada...

É ainda complicado para o mundo adulto, reconhecer nestes sintomas uma doença, que se não vista, diagnosticada e tratada a tempo, se cronifica, trazendo danos posteriores ao aspecto afetivo-social desta criança. As depressões hoje, representam motivo de grande preocupação, uma vez que, manifestada, diminuem a capacidade criativa, afetiva e produtiva do indivíduo. E em conseqüência disto, com o sofrimento que daí advém, as pessoas e as crianças tendem a uma atitude isolacionista, numa tentativa de se defenderem. Resultado pouco positivo entretanto, porque uma das maneiras de evitar ou diminuir a depressão, é a interação com o grupo familiar e social.

O diagnóstico da Depressão Infantil, quase sempre demora a ser realizado, e a criança adquire vários rótulos que lhe são impostos pelos que estão ao seu redor, até que se forme a consciência de que as crianças também sucumbem a depressão. É importante ressaltar aqui, que existem dois tipos de quadros depressivos mais comuns: depressão endógena (se manifesta sem motivo aparente e muitas vezes está ligada a uma pré-disposição familiar). Em algumas famílias, é maior o número de membros acometidos de depressão. E a depressão reativa, que está ligada a uma reação de defesa e negação da criança frente a algum acontecimento em sua vida: perda, por morte, separação dos pais, mudança de cidade, escola ou grupo social (gerando inadequação) e conflitivas familiares.

O melhor meio para detectar uma depressão infantil é a observação em casa e na escola, tentando identificar os fatores e o tipo da depressão, manter diálogo constante, e procurar ajuda médica e terapêutica, para tratamento e diagnóstico diferencial. Porque, assim como a dor de cabeça constante, alguns sintomas de depressão podem estar associados a outras patologias, tornando de extrema importância, uma avaliação médica para um eficiente diagnóstico diferencial.

Aos pais, é importante a orientação no sentido de perceberem e entenderem a depressão, mas não super-valorizando a sintomatologia, para não incorrerem no risco de rotular a criança. É importante que a criança se sinta cuidada, mas também cobrada. Além do encaminhamento ao tratamento médico e psicológico, é preciso que se busque alternativas de extravasamento das emoções; através de prática de esportes e atividades lúdicas (pintura, jogos, trabalhos de grupo, teatro)

A depressão acomete de bebês a pessoas idosas e é, hoje, motivo de grande preocupação na área de saúde mental. Muitas vezes, se não for corretamente tratada, caminha para outras patologias ou vem acompanhada de outras. As queixas somáticas ficam crescentes e muitas vezes estão só camuflando uma depressão já instalada. Daí a importância de um diagnóstico precoce e diferencial.

Tipos de depressão na infância:

A criança escolar:
A quebra dos processos "ensinar - aprender", e viver bem coletivamente, provocam nos sujeitos envolvidos, estados de depressão. Principalmente nas escolas públicas, onde a vinda das crianças para a escola significa uma busca de ascensão social; o emprego futuro, e o acesso a melhores condições de vida. Se perguntarmos aos pais porque razão colocaram seus filhos na escola, a resposta pode ser: "Quero que eles tenham o que não tive..." E aos alunos, pela mesma pergunta, seria dada a resposta: "Quero ser alguém na vida..." Este grau de expectativa dá para dimensionar o grau de depressão que os problemas do não aprender acarretam.

O fato de não aprender, traz a depressão de não ser alguém em relação ao aluno e a de não conseguir desempenhar bem seu papel em relação aos pais. E existem fatores predisponentes do não aprender: crianças vindas de lares sem recursos, o ambiente da escola que é projetado pelos padrões da classe média, e às vezes, o próprio livro didático, que traz famílias remuneradas e felizes.

Então... como aprender, se as coisas e situações parecem tão distantes do seu cotidiano, da sua vivência? Daí o conflito, o não aprender, daí... a depressão.

A criança hospitalizada: A criança fisicamente doente, está afetada na sua integridade, uma vez que a doença agride o organismo como um todo, estando seu desenvolvimento emocional, também comprometido. Na hospitalização, a criança apresenta emoções que podem desencadear depressão:

Sensação de abandono,Medo do desconhecido,Sensação de punição ou culpa,Limitação de atividades,Dor física.

A criança e a família: A sintomalogogia é quase sempre a mesma: crises de choro constantes, abatimento afetivo, medo, irritabilidade, perda de apetite e energia, distúrbios de sono, dificuldades escolares, perturbações digestivas, cefaléias, distúrbios motores, apatia.

Seriam causas:

Orgânicas:

Quadro infeccioso - Acidentes - Doenças físicas - Deficiência física

Psicológicas:

Qualidade de relacionamentos

Ambiente familiar, que pode traduzir questões como:

- Rejeição: A falta de um amor autêntico, leva a criança a comportamentos anti-sociais, e a sentimentos de inferioridade, não se sente aceita em sua individualidade (excesso de comparações) e manifesta crises emocionais e de depressão.

- Carência afetiva: Ausência de diálogo, separação dos pais, competição e comparação entre irmãos, castigos indevidos e injustificados, internações.

- Superproteção:
Criança excessivamente protegida, sem chances de criar, se fragiliza.

- Fator sócio-econômico: Modificação de padrão ou exigência de participação na renda familiar.

- Outros fatores:
morte, falência, desemprego familiar, doenças graves na família.

Conseqüências da depressão:

São grandes as conseqüências que podem surgir de um quadro de depressão infantil.

Individuais: Alteração do comportamento, hetero e auto agressividade, baixo nível de tolerância a frustração e a dor, desenvolvimento escolar prejudicado, procura de grupos onde possa ser aceita.

Sociais: Drogas, roubos, marginalização, exclusão do grupo social.

Como prevenir?

Sempre através de observação constante aos sinais apresentados pela criança e desta forma, tentando remover ou minorar as causas.


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