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Seções » Dicas de saúde

ODONTOPEDIATRIA
Publicado no site em 31/07/06

INÍCIO DA ATENÇÃO ODONTOLÓGICA:

Historicamente a Odontologia direcionou-se ao atendimento de crianças a partir dos 06 anos de idade, deixando em plano secundário a atenção voltada para a gestante e para o bebê (faixa de zero a 03 anos de idade).

Atualmente, seja em clínica pública ou privada, sabe-se que a prevenção das doenças bucais deve iniciar-se o mais precocemente possível, ainda durante a gestação (a chamada Odontologia intra-uterina ou pré-natal).

Durante o período gestacional, a atenção odontológica visa estabelecer um programa educativo para os pais, com a finalidade de promoção da saúde bucal do bebê.

O aconselhamento quanto à utilização de medicamentos ou suplementos dietéticos, aleitamento natural e artificial, hábitos de sucção não nutritivos, etiologia da doença cárie, transmissibilidade das doenças bucais e higienização bucal dos bebês, são decisivos para conscientizar a futura mãe sobre seu importante papel no desenvolvimento saudável das estruturas bucais de seu filho.

Além da atenção voltada ao bebê, faz-se necessário um acompanhamento da condição de saúde bucal da gestante para controle de seu biofilme dentário e para que o dentista tome conhecimento da prescrição de medicamentos pelo médico, a fim de identificar aqueles que possam causar transtornos à dentição decídua da criança.

Quanto ao atendimento do bebê em consultório Odontológico, recomenda-se ter início por volta dos 06 meses de idade ou logo após a erupção do primeiro dentinho. A atenção ao bebê possibilita manter a saúde antes mesmo de prevenir a doença, e representa uma possibilidade prática de promoção de saúde bucal, altamente abrangente, simples, eficaz e principalmente de baixo custo.

ALEITAMENTO NATURAL:

Muito se ouve a respeito da importância da amamentação para o estabelecimento de um vínculo afetivo entre mãe e filho, assim como para o fornecimento de nutrientes e anticorpos necessários à proteção contra doenças. No entanto, pouco se fala sobre a importância do aleitamento natural para um adequado desenvolvimento do sistema estomatognático ( trata-se do sistema bucal, constituído de ossos, músculos, mecanismo neuromuscular, articulação, dentes, lábios, bochecha, língua, sistema vascular e nervoso, etc.). O ato da amamentação promove o desenvolvimento adequado dos padrões musculares, estimula a respiração nasal e o crescimento mandibular, além de proporcionar o correto posicionamento da língua durante a deglutição ( ato de engolir ), auxiliando na prevenção de futuras maloclusões.

ALEITAMENTO ARTIFICIAL:

É importante ressaltar que o uso contínuo da mamadeira, pode ocasionar alterações no desenvolvimento facial da criança, se tal hábito não for removido até por volta dos 04 anos de idade.

Os pais devem ser orientados quanto ao uso da mamadeira, dando preferência aos bicos que imitam o formato do mamilo materno ( bicos anatômicos ), a fim de proporcionar um estímulo neuromotor mais adequado. O orifício do bico da mamadeira não deve ser aumentado para permitir que o bebê realize efetivamente o exercício de sucção. Além disso, tal aumento gera uma elevação do fluxo de líquido na cavidade bucal, interferindo na deglutição e contribuindo para o estabelecimento de deglutição atípica ( engolir de maneira errada ). O aleitamento artificial pode tornar-se necessário quando houver impossibilidade total do aleitamento natural.

HÁBITOS DE SUCÇÃO NÃO NUTRITIVOS:

O reflexo da sucção manifesta-se no bebê desde a fase intra-uterina. A sucção é fundamental para a nutrição e para o desenvolvimento psicológico da criança. Geralmente o uso de chupeta não deve ser recomendado mas, em bebês que têm maior necessidade de sucção e choram constantemente entre as mamadas, pode ser benéfico para evitar a sucção digital ( um hábito mais difícil de ser eliminado ). Um alerta deve ser feito aos pais no momento da escolha do tipo da chupeta. Esta deve apresentar formato anatômico, coerente com as formas e as funções da cavidade bucal. No entanto, deve ficar claro que o termo ortodôntico não implica em efeito corretivo.

São inúmeras as consequências dos hábitos de sucção não nutritivos para o desenvolvimento do complexo oro-facial. Tais consequências dependem da frequência, da duração e intensidade do hábito.

DIETA:

O leite materno deve ser oferecido de forma exclusiva durante os 06 primeiros meses de vida do bebê. Após os 06 meses recomenda-se substituir gradativamente o leite materno ( de acordo com as orientações do pediatra) por papinhas e outros líquidos, em copos, canecas, etc. O aumento da consistência dos alimentos deve ser progressivo para estimular a função mastigatória e a erupção dos dentes.

As medidas educativas relacionadas ao consumo de açúcar visam sua redução e, não, sua eliminação total da dieta. Sabemos que quanto maior a frequência de ingestão de alimentos açucarados mais estaremos facilitando o desenvolvimento da doença cárie. Quanto à composição da mamadeira é importante alertar os pais para que evitem a adição de componentes açucarados, reduzindo desta forma as chances de ocorrência de um processo carioso.

TRANSMISSIBILIDADE DA CÁRIE DENTÁRIA:

Vários hábitos de quem cuida da criança como: provar alimentos, limpar a chupeta na própria boca e beijar na boca, ou ainda, o contato via objetos do tipo colheres, escovas de outras pessoas, entre outros, propiciam a transmissão da microbiota cariogênica. Portanto tais hábitos devem ser evitados.

HIGIENE BUCAL:

A higiene bucal do bebê deve ser iniciada antes mesmo da erupção dental. A remoção do leite e alimentos estagnados na cavidade bucal do bebê pode ser realizada através de dedeiras especiais ou frauda macia envolta no dedo e umedecida em água filtrada ou em solução recomendada por um dentista, uma vez ao dia, preferencialmente após a última mamada.

Os pais devem procurar associar a higiene corporal do bebê com a higiene bucal, favorecendo a inserção deste hábito o mais cedo possível na vida da criança.

Escovas dentais: indicadas após a erupção dental. Devem apresentar as seguintes características: cabeça pequena e as cerdas arredondadas e macias.

Os pais devem escolher um formato do cabo que se adapte às mãos da criança, para que a mesma possa completar a limpeza e a massagem dos tecidos bucais.

Até que a criança adquira coordenação motora, o cuidado com sua higiene bucal deverá ser delegada aos pais ou responsáveis.

Fio dental: seu uso deve ser iniciado assim que se estabelecer o espaço entre dois dentes, com ou sem contato interdental.

Dentifrício Fluoretado: há no mercado inúmeras opções de dentifrícios. O importante no momento de sua escolha é a observação do teor de flúor existente no produto, principalmente em cidades onde a água de abastecimento é fluoretada, já que a alta ingestão de flúor poderá levar à fluorose.

A supervisão da escovação da criança pelo seu responsável, também é de suma importância frente à possibilidade de ocorrência de tal alteração devido à freqüente ingestão de dentifrício fluoretado pela dificuldade de expectoração da criança.

Fonte: CEDDA

Diretor do CEDDA
Libório José Faria Júnior, Prof. Dr. CD.
· Graduado na UNESP-SP (Universidade Estadual de São Paulo)
· Especialista em Disfunção Temporo Mandibular e Dor Oro-Facial pelo CFO.
· Mestre em Dentística Restauradora
· Pós graduado na UCLA (U.S.A.), Michigan (U.S.A.), University Freiburg (Alemanha),
University Okayama (Japão)
· Doutor em Ciências Anatomia Estrutura e Ultra-Estrutura pelo Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP-SP (ICB - USP-SP).
· Pós-Doutor pelo Departamento de Anatomia do ICB - USP-SP
· Professor Coordenador pelo CEDDA, no Curso de Especialização de Desordens Cérvico Crânio Mandibulares, do Departamento de Anatomia do ICB - USP-SP 2000/2003.
· Professor coordenador dos cursos de pós-graduação em Disfunção Têmporo Mandibular e Dor Oro-Facial do CEDDA.
· Diretor do CEDDA - Centro de Estudos da Disfunção Dento Articular
· Sócio Fundador e atual Presidente da ABD (Associação Brasileira de Disfunção)



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