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Seções » Dicas de saúde Desnutrição Infantil Estima-se que, no mundo em desenvolvimento, 174 milhões de crianças menores de cinco anos têm desnutrição indicada pelo baixo peso para a idade e 230 milhões, pela baixa estatura para a idade. Reconhece-se que 6,6 milhões dos 12,2 milhões de mortes entre crianças menores de cinco anos, ou seja, 55% das mortes infantis em países em desenvolvimento, estão associadas à desnutrição. Além do sofrimento humano, a perda em termos de potencial humano traduz-se em custos sociais e econômicos que nenhum país pode sustentar. Cerca de 800 milhões de pessoas ainda não podem suprir suas necessidades básicas de energia e proteína, mais de 2 bilhões de pessoas carecem de micronutrientes essenciais, e milhões sofrem de doenças causadas por falta de higiene dos alimentos e ingestão alimentar desequilibrada. A desnutrição energético-protéica é uma síndrome que compreende uma série de doenças, cada uma das quais tem uma causa específica relacionada com um ou mais nutrientes (por exemplo, proteínas, iodo ou cálcio) e se caracteriza pela existência de um desequilíbrio celular entre o fornecimento de nutrientes e energia por um lado, e por outro, a demanda corporal para assegurar o crescimento, manutenção e funções específicas. Ocorre mais facilmente em crianças em fase de amamentação, e menores de 5 anos. A desnutrição é uma síndrome multifatorial que tem como causas diversos fatores, normalmente associados à pobreza e a falta de alimentos dela decorrente. Está relacionada à falta de condições mínimas de existência. Sua solução deve levar em consideração o acesso à: * Renda que garanta a aquisição de comida para uma vida saudável e a compra de bens necessários para a existência social do indivíduo enquanto cidadão; No atendimento à saúde, o cidadão deve ter acesso a medicamentos - os altos preços dos medicamentos impossibilitam o acesso do cidadão aos mesmos, dificultando, ou mesmo impossibilitando, o tratamento de uma doença. Também a falta de medicamentos doados pela rede pública de saúde é outro agravante dessa situação. O desenvolvimento da criança pode ser prejudicado, quando seus pais não recebem orientação de médicos, enfermeiras, nutricionistas, auxiliares de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, etc, a respeito de : * Cuidados pré-natais; Tais ações contribuem de maneira significativa para a prevenção da desnutrição energético-protéica. A desnutrição só pode ser efetivamente combatida por meio de ações sociais e clínicas integradas entre si. Além da deficiência de proteína e energia na alimentação, as crianças desnutridas sofrem também da deficiência de várias vitaminas e minerais, relacionados na seguinte ordem de importância: deficiência de ferro, deficiência de vitamina A, deficiência de iodo, deificiência de zinco, deficiência de vitamina D e deficiência de folato. Baixo Peso ao Nascimento Sabe-se que a desnutrição pode iniciar-se já na vida dentro do útero, trazendo conseqüências mais graves. Quando uma criança nasce com menos de 2.500 g, é considerada de baixo peso. O baixo peso ao nascer é um importante fator de risco para doenças e morte neonatal e infantil. Quanto menor o peso ao nascer, maior é a mortalidade. O baixo peso ao nascer, quando não associado à prematuridade, expressa o retardo do crescimento intra-uterino e está relacionado à baixa condição socioeconômica da família. Quanto mais alta é a proporção de nascidos vivos de baixo peso, mais grave é o problema de nutrição e de saúde pública na localidade. A cada ano, cerca de 30 milhões de bebês (24% do total de recém-nascidos) nascem com retardo de crescimento intra-uterino nos países em desenvolvimento. No Sul da Ásia, esse percentual alcança 36% dos bebês, duas vezes a média dos países em desenvolvimento, que é de 18%. Em Bangladesh, essa proporção atinge 54%.
Hábitos Alimentares Inadequados Um estudo realizado em 2001 para verificar o perfil alimentar de crianças de 0 a 72 meses com desnutrição energético-protéica atendidas pelo Centro de Recuperação e Educação Nutricional verificou que 50% das crianças entre 0 e 6 meses usavam mamadeira. Quanto aos hábitos alimentares, verificou-se que 31% das crianças entre 6 e 36 meses consumiam guloseimas e 33% dessa mesma faixa etária consumiam salgadinhos diariamente. Entre as crianças de 36 a 72 meses, verificou-se que 50% consumia refrigerantes diariamente. Desmame inadequado Em geral, problemas no desmame acontecem por falta de informação. Nem sempre as mães fazem pré-natal quando engravidam e deixam de aprender como preparar as mamas para o aleitamento, as técnicas corretas de amamentação, bem como distinguir o que é crendice e o que é verdade. É comum que a desnutrição esteja associada a desmame inadequado:
Referências Bibliográficas LUESKA, S.; Desmame e alimentação na infância. / In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, ed. Medicina Ambulatorial. Condutas Clínicas em Atenção Primária. Porto Alegre-Brasil; 1990, Artes Médicas WORLD HEALTH ORGANIZATION/ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; Desnutrição Infantil, Fact Sheet nº 119; 1998 Para ler matéria anterior, clique aqui. |
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