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Seções » Dicas de saúde

Desnutrição Infantil
Fonte: * Referências Bibliográficas
Publicado no site em 10/05/05

Desnutrição - O que é

Estima-se que, no mundo em desenvolvimento, 174 milhões de crianças menores de cinco anos têm desnutrição indicada pelo baixo peso para a idade e 230 milhões, pela baixa estatura para a idade.

Reconhece-se que 6,6 milhões dos 12,2 milhões de mortes entre crianças menores de cinco anos, ou seja, 55% das mortes infantis em países em desenvolvimento, estão associadas à desnutrição. Além do sofrimento humano, a perda em termos de potencial humano traduz-se em custos sociais e econômicos que nenhum país pode sustentar.

Cerca de 800 milhões de pessoas ainda não podem suprir suas necessidades básicas de energia e proteína, mais de 2 bilhões de pessoas carecem de micronutrientes essenciais, e milhões sofrem de doenças causadas por falta de higiene dos alimentos e ingestão alimentar desequilibrada.
A desnutrição é evitável e, principalmente, pode ser facilmente tratada. Os ganhos obtidos com o tratamento e a erradicação da desnutrição em termos de progresso, produtividade, bem-estar e felicidade são incalculáveis. Para que isso aconteça, é importante a mobilização conjunta de governos, organizações da sociedade civil e universidades.

A desnutrição energético-protéica é uma síndrome que compreende uma série de doenças, cada uma das quais tem uma causa específica relacionada com um ou mais nutrientes (por exemplo, proteínas, iodo ou cálcio) e se caracteriza pela existência de um desequilíbrio celular entre o fornecimento de nutrientes e energia por um lado, e por outro, a demanda corporal para assegurar o crescimento, manutenção e funções específicas. Ocorre mais facilmente em crianças em fase de amamentação, e menores de 5 anos.

A desnutrição é uma síndrome multifatorial que tem como causas diversos fatores, normalmente associados à pobreza e a falta de alimentos dela decorrente. Está relacionada à falta de condições mínimas de existência. Sua solução deve levar em consideração o acesso à:

* Renda que garanta a aquisição de comida para uma vida saudável e a compra de bens necessários para a existência social do indivíduo enquanto cidadão;
* Economia formal - que dá ao cidadão o acesso aos documentos necessários para que ele tenha uma identidade e possa trabalhar na sociedade em que vive;
* Educação mínima que forneça formação e informação, criando oportunidades para uma vida melhor, o que ajuda os indivíduos a cuidar bem de seus filhos;
* Escolaridade é cada vez mais fundamental para se ingressar no mercado de trabalho e viver numa sociedade desfrutando os direitos de cidadão. O analfabetismo é um dos mais potentes mecanismos de exclusão;
* Higiene
* Moradias dignas, com vias pavimentadas, rede de esgoto, água potável e recolhimento de lixo, evitando a proliferação de doenças;
* Serviço de saúde acessível com atendimento adequado por profissionais capacitados, aptos a orientar mães e pais para se evitarem os males da desnutrição.

No atendimento à saúde, o cidadão deve ter acesso a medicamentos - os altos preços dos medicamentos impossibilitam o acesso do cidadão aos mesmos, dificultando, ou mesmo impossibilitando, o tratamento de uma doença. Também a falta de medicamentos doados pela rede pública de saúde é outro agravante dessa situação.

O desenvolvimento da criança pode ser prejudicado, quando seus pais não recebem orientação de médicos, enfermeiras, nutricionistas, auxiliares de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, etc, a respeito de :

* Cuidados pré-natais;
* Aleitamento materno;
* Desmame;
* Orientação nutricional durante o desenvolvimento da criança;
* Vacinação - que deve estar em dia, pois desta forma muitas doenças, como difteria, coqueluche, tétano, paralisia infantil, tuberculose e sarampo serão evitadas.

Tais ações contribuem de maneira significativa para a prevenção da desnutrição energético-protéica.

A desnutrição só pode ser efetivamente combatida por meio de ações sociais e clínicas integradas entre si.

Além da deficiência de proteína e energia na alimentação, as crianças desnutridas sofrem também da deficiência de várias vitaminas e minerais, relacionados na seguinte ordem de importância: deficiência de ferro, deficiência de vitamina A, deficiência de iodo, deificiência de zinco, deficiência de vitamina D e deficiência de folato.

Baixo Peso ao Nascimento

Sabe-se que a desnutrição pode iniciar-se já na vida dentro do útero, trazendo conseqüências mais graves.

Quando uma criança nasce com menos de 2.500 g, é considerada de baixo peso. O baixo peso ao nascer é um importante fator de risco para doenças e morte neonatal e infantil. Quanto menor o peso ao nascer, maior é a mortalidade.

O baixo peso ao nascer, quando não associado à prematuridade, expressa o retardo do crescimento intra-uterino e está relacionado à baixa condição socioeconômica da família.

Quanto mais alta é a proporção de nascidos vivos de baixo peso, mais grave é o problema de nutrição e de saúde pública na localidade.

A cada ano, cerca de 30 milhões de bebês (24% do total de recém-nascidos) nascem com retardo de crescimento intra-uterino nos países em desenvolvimento.

No Sul da Ásia, esse percentual alcança 36% dos bebês, duas vezes a média dos países em desenvolvimento, que é de 18%. Em Bangladesh, essa proporção atinge 54%.


Hábitos inadequados de alimentação também promovem desnutrição. Muitos pais, em centros urbanos sobretudo, permitem a ingestão de guloseimas - como, por exemplo, salgadinhos, balas e biscoitos - o que faz com que as crianças comam menos outros tipos de alimento como arroz, feijão, hortaliças, frutas e carnes. Na faixa etária de dois a quatro anos, quando a criança está formando seus hábitos alimentares, é essencial trabalhar a educação nutricional para que elas possam chegar à vida adulta com mais saúde. A tarefa é difícil, já que os meios de comunicação têm uma forte influência - muitas vezes, negativa - na formação dos hábitos alimentares.

Hábitos Alimentares Inadequados

Um estudo realizado em 2001 para verificar o perfil alimentar de crianças de 0 a 72 meses com desnutrição energético-protéica atendidas pelo Centro de Recuperação e Educação Nutricional verificou que 50% das crianças entre 0 e 6 meses usavam mamadeira. Quanto aos hábitos alimentares, verificou-se que 31% das crianças entre 6 e 36 meses consumiam guloseimas e 33% dessa mesma faixa etária consumiam salgadinhos diariamente. Entre as crianças de 36 a 72 meses, verificou-se que 50% consumia refrigerantes diariamente.

Desmame inadequado

Em geral, problemas no desmame acontecem por falta de informação. Nem sempre as mães fazem pré-natal quando engravidam e deixam de aprender como preparar as mamas para o aleitamento, as técnicas corretas de amamentação, bem como distinguir o que é crendice e o que é verdade.

É comum que a desnutrição esteja associada a desmame inadequado:


Desmame precoce - As mães devem alimentar seus filhos exclusivamente com leite materno até o sexto mês de vida, pois contém nutrientes essenciais para os mesmos, tais como: proteínas, imunoglobulinas, carboidratos, lipídios, cálcio, fósforo, ferro, vitaminas, essenciais para a saúde nessa idade.
As razões para o desmame são as mais diversas. Por não saberem amamentar corretamente, as mães sentem dores, têm rachaduras nos seios e até mesmo ferimentos, o que as levam a desistir.
Também se prendem a crendices - como, por exemplo, que o "leite materno é fraco" - e, por esse motivo, oferecem complementos além do leite materno.
Há também o problema do trabalho. Muitas mães não são orientadas a como retirar e guardar o leite materno para ser dado à criança enquanto estão trabalhando.


Desmame tardio - Não é incomum que a desnutrição ocorra por desmame não adequado e excessivamente tardio. Algumas mães chegam a deixar que a criança se alimente somente de leite materno até os dois anos de idade ou mais. Há dificuldades no vínculo mãe-filho que impedem o desmame adequado. Há mães que não têm outro alimento a oferecer devido à sua situação socioeconômica e assim, acabam oferecendo somente o leite materno por muito tempo.

Referências Bibliográficas

LUESKA, S.; Desmame e alimentação na infância. / In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, ed. Medicina Ambulatorial. Condutas Clínicas em Atenção Primária. Porto Alegre-Brasil; 1990, Artes Médicas

WORLD HEALTH ORGANIZATION/ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; Desnutrição Infantil, Fact Sheet nº 119; 1998
WORLD HEALTH ORGANIZATION/ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE; Desnutrição, http://www.who.int/m/topics/malnutrition/es/index.html
MONTEIRO, C. A; BENICIO, M.H.D'A.; ORTIZ,L.P., Tendência secular do peso ao nascer na cidade de São Paulo(1976-1998) / / Rev. Saúde Pública / 34 / 6 supl, São Paulo-Brasil; 2000
VIEIRA, M.F.A. ; Avaliação Antropométrica, Padrão de Morbidade, Alterações Metabólicas, Composição Corporal e Ingestão de Alimentos de Crianças Desnutridas em Processo de Recuperação Nutricional Atendidas no Centro de Recuperação e Educação Nutricional (CREN) / [Tese Doutorado - Universidade Federal de São Paulo UNIFESP].
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP



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