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Seções » Especial FRUTA PAULISTA Publicado em 02/04/07 Projeto enriquecerá a experiência dos produtores em conhecimento, organização e capacitação exigidos pelos diferentes programas internacionais de certificação, levando maior rentabilidade ao campo Marlene Simarelli Os pomares de acerola, caqui, figo, goiaba, laranja, limão, pêssego, uva, morango, entre outras, fazem do Estado de São Paulo o detentor de 47% da produção brasileira de 40 milhões de toneladas de frutas, distribuídas em 2,3 milhões de hectares. Mesmo com quase metade da produção nacional, e sendo exportador, São Paulo é pouco reconhecido como pólo nacional de fruticultura. Nesse contexto, foi lançado o projeto de Boas Práticas Agrícolas e promoção comercial Fruta Paulista, uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Frutas Ibraf, e o SebraeSão Paulo, com a participação de cerca de 400 fruticultores das diversas regiões produtoras do Estado. O projeto pretende preparar os fruticultores para atender e superar as exigências dos mercados interno e externo quanto à rastreabilidade e à segurança dos alimentos. Assim como no restante do País, a fruticultura paulista está fundamentada em micro, pequena e média propriedades e gera de 2 a 5 postos de trabalho na cadeia. O mercado das frutas nacionais, hoje, é o de longa distância, formado por países da Europa, sendo a Alemanha o maior consumidor. Emirados Árabes e outros do Oriente Médio surgem como nova alternativa, afirma Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Ibraf. Esse projeto é importante porque promove a integração dos pequenos agricultores. A grande vantagem do Brasil é produzir quase tudo e a grande força do País é o produtor, ressalta o presidente do Sebrae-SP, Fábio Meirelles. O Fruta Paulista abrangerá as plantações das regiões de Araçatuba com abacaxi; de Araraquara, com goiaba, limão e manga; de Botucatu, com frutas de caroço; de Campinas, com figo e goiaba; de Itapeva, com caqui; de Presidente Prudente, com acerola e manga; e de Sorocaba, com caqui e uva. O projeto terá três grandes frentes de atuação: aumento da competitividade da fruta por meio da melhoria da qualidade na produção, realização de ações de divulgação no mercado interno e abertura de mercados externos. Para tanto, deverão ser promovidas ações de capacitação de produtores em Boas Práticas Agrícolas, de gestão da propriedade, implantação de novas tecnologias e de manejo sustentável, com o intuito de melhorar a qualidade da fruta. Vamos preparar as cadeias produtivas das frutas paulistas selecionadas para atender às novas exigências de qualidade, agregando valor, garantindo os mercados atuais e possibilitando acesso a novos, afirmou o gerente do Ibraf, Mauricio de Sá Ferraz, durante o lançamento, em fevereiro, em São Paulo/SP. Para atingir esse objetivo, os participantes receberão treinamento e capacitação em Boas Práticas Agrícolas. A meta é certificar produtores que atingirem as exigências dos protocolos internacionais de certificação, visando à exportação, diz Sá Ferraz. Desenvolveremos ferramentas para a rastreabilidade, importante para a comercialização, e para oferecer alimentos seguros, em respeito à sociedade, assegura Saraiva Fernandes. Ele acrescenta que os consumidores, a distribuição e as instituições públicas cada vez mostram mais preocupação pela qualidade e segurança das frutas e demais alimentos. COMERCIALIZAÇÃO E VALORIZAÇÃO O projeto não pára no campo, pois é preciso que a fruta paulista seja comercializada e valorizada. Por isso, depois do campo, haverá ações de marketing, com abrangência nacional e internacional. Internamente, vamos fazer campanhas de degustação, decoração e distribuição de folhetos em parceria com supermercados para atrair os consumidores e aumentar as vendas das frutas paulistas, explica Sá Ferraz. A campanha para o mercado internacional inclui, entre outras ações, a participação em feiras e eventos, além de campanhas de promoção com redes de supermercados dentro do programa Brazilian Fruit, de divulgação e valorização da fruta brasileira no exterior. As estratégias de marketing internacional e acesso a mercados também contam com o apoio da Apex-Brasil Agência de Promoção de Exportação e Investimentos. Saraiva Fernandes lembra que o produtor precisa ser mais empresário e reduzir os custos de produção para ganhar competitividade. Segundo ele, a fruticultura rentável passa por diversificação, investimento em pós-colheita e logística, agroindustrialização, acesso dos pequenos ao crédito e à infra-estrutura; otimização dos custos controláveis, promoção e propaganda, etc. É o que pretendemos com o projeto, que terá como juiz a D. Maria (consumidora). Se ela se convencer do que fizemos, a fruta será vendida e valorizada, conclui Saraiva Fernandes. Matéria publicada na Revista Frutas & Derivados |
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