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Seções » Especial

Cemig monitora presença de mexilhão em Minas Gerais

Publicado em 19/04/07

Uma espécie asiática de mexilhão está trazendo problemas às águas e hidrelétricas brasileiras e já representa uma ameaça real às unidades geradoras da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Para monitorar e controlar a aproximação do mexilhão dourado nos Rios Grande e Paranaíba, onde ficam as usinas de Emborcação, São Simão, Volta Grande e Igarapava, projetos de pesquisa e desenvolvimento investem em ecotecnologias, metodologias e pesquisas de ecossistemas e em instalações de usinas hidrelétricas.

O monitoramento identificou que o mexilhão se aproxima da Usina de São Simão, no Rio Paranaíba (Triângulo Mineiro), tendo sido encontradas larvas em uma estação de pesquisa próxima à hidrelétrica. Indivíduos adultos foram encontrados em Porto Alencastro, na divisa entre Minas e Mato Grosso do Sul, a menos de cem quilômetros da usina. Também foi identificado um número considerável de mexilhões dourados, em fase adulta, em um afluente do Rio Grande, o Aporé, na divisa de Goiás com Mato Grosso do Sul.

A Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram contratadas pela Cemig para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa, com financiamento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Apesar da proximidade, ainda é difícil prever a chegada do mexilhão. A média histórica de deslocamento da espécie é de 240 quilômetros por ano. Porém sua presença foi registrada em Porto Alencastro, pela primeira vez, em 2004, e o molusco ainda não chegou até a usina.

Segundo a bióloga Mônica Campos, da Cetec, existe algum fator, que ainda está sendo estudado, que desacelerou o processo naquele trecho do rio. Além disso, são realizadas pesquisas com o molusco em laboratórios, tentando obter biocidas que possam conter o invasor. As experiências já selecionaram produtos promissores, que poderão reduzir o investimento em cloro, outro agente inibidor, só que mais tóxico e caro.

O mexilhão dourado é uma espécie de molusco que invade em forma de larva as tubulações onde a água penetra e lá se fixam, antes de se transformar em adultos, obstruindo essas tubulações e exigindo sua limpeza constante. As áreas mais sensíveis são as bombas de resfriamento da transmissão, nas estações de captação de água, porque o resfriamento insuficiente da água provoca uma inesperada parada do bombeamento para a instalação de purificação de água. As tubulações dos trocadores de calor também sofrem entupimento, podendo causar a parada de unidades geradoras por aquecimento excessivo das máquinas.

O Limnoperna fortunei, nome científico do mexilhão, chegou à América do Sul pelo porto de Buenos Aires, na Argentina, em 1991, trazido por navios transoceânicos vindos do sudeste asiático, que o transportavam nos tanques de água de lastro, enchidos nos portos para manter a estabilidade da embarcação. Em apenas dez anos, ele se espalhou por quase toda a bacia do Prata. No Brasil, chegou pela região Sul, e a Usina de Itaipu foi a primeira a registrar a ocorrência da espécie, em 2001. Nos anos seguintes, as regiões Sudeste e Centro-Oeste também registraram a ocorrência do molusco, que se espalhou pela bacia do Rio Paraná.

O impacto econômico é grande para as empresas que fazem uso da água em seus processos de geração. Os gastos com outro molusco vindo da Ásia, o mexilhão zebra, tem causado sérios problemas econômicos aos Estados Unidos e Canadá, bloqueando as tubulações de água potável e os sistemas de resfriamento das hidrelétricas. As geradoras de energia americanas investiram US$ 3,1 bilhões (mais de R$ 6 bilhões) de 1993 até 1999. No Canadá, apenas a empresa Ontario Hydro tem um gasto anual de US$ 376 mil (R$ 752 mil) com o combate ao mexilhão zebra.

Educação ambiental

A Cemig realiza um trabalho de educação ambiental com as comunidades do entorno das usinas situadas nos rios Grande e Paranaíba, envolvendo pescadores, barqueiros, ribeirinhos, escolas e moradores locais. Foram realizados seminários, palestras e encontros e distribuídas cartilhas e cartazes para a população local, informando os procedimentos de prevenção e controle do mexilhão, que pode ser um fator de desequilíbrio para os ecossistemas locais, pois é um competidor das espécies nativas, interfere na dieta dos peixes e provoca a diminuição do oxigênio e do pH da água.

Segundo a analista de meio ambiente Marcela David Carvalho, da Cemig, a ação humana é um dos principais meios de dispersão desses vetores. Na região próxima à Usina de São Simão, existe uma grande quantidade de barcos que navegam pela hidrovia entre os Rios Tietê e Paraná com seus cascos incrustados de moluscos. Pequenas embarcações também são agentes dispersores. Por isso é extremamente importante a sensibilização de todos sobre o problema, alerta Marcela.



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