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Seções » Dicas de saúde Memória Na pesquisa, 15 voluntários foram convidados a memorizar uma lista de palavras e, em seguida, a dizer o máximo de itens dos quais se lembravam, isso enquanto eram examinados por ressonância magnética funcional. Esta seqüência se repetiu com cada participante por três vezes antes do treino e outras três vezes depois dele. Este treinamento, de 30 minutos, consistiu em ensiná-los a aplicar a estratégia de organizar as palavras em categorias. Após o treino, os voluntários foram submetidos novamente aos testes de memorização, com novas listas de palavras. E o desempenho deles ao recordar palavras foi superior. Na análise da atividade do cérebro foi constatado um padrão diferente de ativação de seus neurônios. A pesquisadora lembra que apenas os resultados estatisticamente significativos das comparações entre as seqüências antes e depois do treino mostraram uma modificação da rede neural mais ativada. "A diferença no padrão de ativação cerebral parece estar relacionada ao melhor desempenho", constata Suzan. Na primeira e na terceira seqüência, os resultados melhoraram após o treino. Foram evocadas mais palavras e os neurônios foram ativados em regiões diferentes do cérebro, comparando-se com antes dos treinos. Motivação "O treino de estratégias de memória pode ser útil para pessoas que tenham problemas nesta área, seja devido ao estresse, a uma doença, à idade ou até a uma lesão causada por um acidente", acredita Suzan. Em sua pesquisa, ela estudou a memória episódica - sobre eventos pessoalmente vividos, com tempo e local específicos, e com recordações conscientes. Para a pesquisadora, outras estratégias de memorização, como relacionar um número a uma data importante, o nascimento de um filho, por exemplo, devem ter o mesmo efeito. O cérebro humano, quando sofre uma lesão numa determinada área, é capaz de realizar adaptações fazendo, por exemplo, com que outras regiões assumam as funções da que foi lesada. "Isso acontece espontaneamente, mas treinos específicos poderiam auxiliar a conduzir esta adaptação", explica Suzan. Ela lembra, no entanto, que embora o estudo aponte para o que se poderia chamar de reorganização cerebral, ainda são necessárias mais pesquisas nesse sentido. "É preciso desenvolver estudos, tanto da neuroplasticidade quanto da eficácia da reabilitação neural, seja com voluntários sadios ou lesionados. Isso representaria um avanço para a área da neuropsicologia e, principalmente, da reabilitação cognitiva ligada a ela", diz.
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