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Esta postagem foi publicada em 26 de August de 2014 e está arquivada em Saúde.
Pesquisa aponta que o excesso de peso favorece o desenvolvimento dos 10 principais tipos da doença
Uma recente pesquisa feita na Grã-Bretanha revelou que o sobrepeso (índice de massa corporal – IMC > 25 e a obesidade – IMC >30) são fatores de risco importantes para dez dos principais tipos de câncer. O estudo constatou que a cada cinco pontos a mais no IMC o risco para o surgimento do câncer em uma pessoa cresce em: 62% no câncer no útero, 31% na vesícula, 25% no rim, 10% no colo do útero e 9% para o de tireoide e leucemia.
A obesidade é o segundo maior fator de risco evitável para o câncer, perdendo apenas para o tabagismo, o que é preocupante, pois de acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, 51% da população brasileira está acima do peso. A relação do câncer com os hábitos de vida vem sendo debatida há tempos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer – Inca, 80% dos casos de câncer no país estão relacionados ao estilo de vida das pessoas, como o peso, sedentarismo e alimentação inadequada.
O excesso de gordura corporal parece ser o vilão. De acordo com o oncologista clínico Fernando Maciel Barbosa, do COT – Centro Oncológico do Triângulo, as células de gordura favorecem a produção de células malignas. “As células de gordura contribuem para acelerar a divisão e a reprodução celular. E, quanto mais células se duplicam, maiores as chances de alguma replicação ser inadequada, originando uma célula maligna. A partir daí, estes hormônios adicionais levam a uma rápida reprodução das células cancerígenas”, explica o especialista.
Alimentação inadequada
O padrão alimentar de hoje tem contribuído para o aparecimento de várias doenças, entre elas o câncer. Muitos componentes da alimentação têm sido associados com o processo de desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, cólon (intestino grosso) reto, próstata, esôfago e estômago. “Deve-se evitar o consumo de alimentos industrializados, ricos em sódio, corantes, conservantes e outros aditivos químicos. Uma ótima dica é observar a composição descrita nos rótulos, quanto menor a quantidade de ingredientes, maior é a garantia de pureza do alimento”, recomenda a nutricionista oncológica do COT, Carolina Braz.
Ainda de acordo com a especialista, o modo como os alimentos são processados também interfere na saúde. “Na defumação e em outros tipos de processamento, como secagem direta com madeira ou carvão (churrasco) e torrefação, os alimentos sofrem oxidação e, como consequência, surgem substâncias tóxicas como a nitrosamina, peróxidos, hidrocarbonetos, ácidos graxos trans e os temidos radicais livres, que se concentram nos alimentos ou se potencializem quando metabolizadas. Estes estão diretamente associados ao surgimento de vários tipos de câncer. Além do churrasco, essas substâncias são encontradas também em embutidos, hambúrgueres, frango, peru, pescados e cebola, quando submetidos a esse tipo de processamento. O perigo maior está presente na oxidação de gorduras de origem animal”, explica Carolina.
Para manter uma alimentação saudável que contribua com a prevenção do câncer a nutricionista recomenda: “A dieta deve ser fracionada, diversificada e equilibrada nutricionalmente, com frutas, verduras, legumes, cereais, lácteos e carnes magras. A hidratação é imprescindível, deve-se consumir no mínimo dois litros de água por dia, além do que já está presente nos alimentos. Dê preferência para uma alimentação o mais natural possível, pois ela proporcionará uma quantidade maior de antioxidantes, que são essenciais no combate aos radicais livres, garantindo mais saúde às células. Uma rotina alimentar que inclua todos esses critérios atenderá todas as necessidades de macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) e micronutrientes (vitaminas e minerais). Hábitos alimentares saudáveis associados à prática de exercícios físicos serão sempre o melhor remédio para o corpo”.
