Cresce procura por cirurgias simultâneas


Por: UraOnline

Esta postagem foi publicada em 3 de July de 2014 e está arquivada em Saúde.


Especialista aponta prós e contras de se submeter a mais de um procedimento cirúrgico por vez

Ficar linda, de uma hora para outra, com o corpo curvilíneo e perfeito, digno das divas de Hollywood, é o sonho da maioria das mulheres.  E, em busca de alcançar este desejo mais rapidamente, muitas optam por realizar duas ou mais intervenções cirúrgicas, simultaneamente.

As chamadas cirurgias associadas têm atraído, cada vez mais, homens e mulheres que desejam mudar o visual em um curto espaço de tempo.  Porém os especialistas advertem que a prática merece muita atenção, pois apresenta prós e contras.

Existem diversos tipos de cirurgias que podem ser realizadas ao mesmo tempo, envolvendo duas ou mais especialidades médicas. Segundo o cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Dr. Luciano Diniz, especialista do Centro Médico São José, de Cerquilho (SP), podem atuar em cirurgias associadas médicos cirurgiões plásticos, urologistas, gastroenterologistas, ginecologistas, vascular, entre outros. “A cirurgia plástica é a especialidade que mais realiza cirurgias combinadas, pois atua em diversas partes do corpo, como: mama, nariz, abdômen e orelha, por exemplo. Entretanto, há casos em que o paciente precisa de uma cirurgia, por exemplo: varizes, retirada do útero, vesícula, entre outras, e que procura o cirurgião plástico para realizar a cirurgia plástica no mesmo ato cirúrgico”, explica o cirurgião plástico.

O principal benefício das cirurgias associadas, pondera Dr. Luciano, é que o paciente unifica o tempo de recuperação. “Como as cirurgias acontecem no mesmo ato cirúrgico, a recuperação do paciente é simultânea, evita que o mesmo passe, novamente, por outra cirurgia e novo período de convalescência”, aponta.

Outro ponto que leva os pacientes a optarem pelas cirurgias associadas é o custo-benefício vantajoso, pois os gastos com internação e medicamentos são menores se comparados a duas cirurgias em separado. Ainda assim, ressalta Dr. Luciano, as cirurgias associadas oferecem risco maior ao paciente, pois cada procedimento tem risco de complicação, “Por serem duas cirurgias simultâneas, o tempo da anestesia é maior, aumentando os riscos de complicações, sangramento, infecção, perfuração ou fístula de órgãos, trombose, anemia profunda, atelectasia dos pulmões e hipotermia grave. Uma complicação de uma cirurgia pode afetar drasticamente o outro procedimento. Tanto os médicos, como o paciente devem estar cientes disso antes marcar a cirurgia”, expõe.

Para amenizar os riscos de uma cirurgia combinada, afirma o médico, é imprescindível a interação entre as equipes médicas para programar todo o procedimento, de modo que, no dia, não haja nenhum imprevisto que possa aumentar o risco oferecido ao paciente. Além disto, pontua Dr. Luciano, é igualmente importante à realização de todos os exames pré-operatórios que informem a saúde do paciente. “Caso o paciente possua alguma doença ou o porte cirúrgico for muito grande, pode ser necessária à realização de exames específicos, como teste ergométrico, ecocardiograma, função hepática, entre outros”, complementa.

As cirurgias associadas também têm restrições de complexidade. Segundo o especialista, uma lipoaspiração de grande volume em uma paciente obesa, que é mais invasiva, junto a uma redução de mama e abdominoplastia, devem ser avaliadas com cuidado, pois os riscos são bem maiores do que se forem feitas cirurgias isoladas. “Realizadas juntas, estas cirurgias resultariam em um tempo elevado, aumentando o risco anestésico, de hipotermia e de trombose venosa”, avalia o médico.

Para a realização de cirurgias associadas é altamente recomendável que a equipe médica seja habilitada para a realização de cada procedimento. “Infelizmente, existem relatos de médicos não habilitados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica que realizam cirurgias plásticas, aumentando os riscos ao paciente. Antes de escolher a equipe cirúrgica, é preciso, sempre, pesquisar se os médicos estão devidamente credenciados para realizar os procedimentos”, alerta o especialista.


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