O Comitê Permanente de Nutrição das Nações Unidas, que realiza encontro em Brasília até o próximo dia 18 de março, dará destaque à importância da relação entre nutrição e HIV/Aids. Na oficina Nutrição e HIV/Aids, na quinta-feira 17 março, a partir das 8h30, Jamal Suleiman, infectologista do Hospital Emílio Ribas (SP), e Nacle Naback, nutricionista do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids de Campinas (SP), debaterão os desafios da nutrição para pessoas vivendo com HIV/Aids, o fato de que a epidemia afeta cada vez mais pessoas de baixa renda e a emergência da lipodistrofia e dislipidemia como complicações metabólicas da terapia anti-retroviral, entre outros temas.

A relação entre Aids e nutrição nem sempre é óbvia. No nível social, a insegurança alimentar é um dos principais fatores de vulnerabilidade ao HIV, alerta Peter Piot, diretor mundial do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Aids Unaids. Segundo Piot, uma vez que a nutrição exige abordagem integrada para a segurança alimentar da família, para a saúde e para a assistência, ela constitui-se em porta de entrada para auxiliar comunidades afetadas a lidar com a epidemia.

O efeito do HIV/Aids sobre a nutrição

O impacto do HIV/Aids na nutrição resulta em perda de peso e na debilitação comum nas pessoas que vivem com o vírus ou a doença. Durante os estágios iniciais da infecção, a perda de peso está associada principalmente à redução da ingestão de alimentos e infecções secundárias, particularmente diarréia. A perda de peso pode ser enfrentada, e até revertida, pelo controle nutricional ou dietético. Entretanto, uma vez que as anormalidades metabólicas começam a ter papel preponderante, torna-se muito difícil, talvez impossível, reverter as conseqüências nutricionais da doença.