Primeira radiocirurgia do Triângulo Mineiro é realizada em Uberlândia


Por: UraOnline

Esta postagem foi publicada em 28 de August de 2013 e está arquivada em Destaques, Notícias/Destaques.


                Tratamentos que envolvem o cérebro são sempre delicados, ainda mais quando se trata de tumores. Ter acesso à estrutura comprometida sem causar danos ao restante do tecido cerebral é um desafio para os especialistas. Em Uberlândia, o COT – Centro Oncológico do Triângulo realizou, pela primeira vez, a radiocirurgia em uma paciente com metástase cerebral única, que possibilita tratar esse tipo de tumor sem a necessidade de abrir o crânio.

                O procedimento foi realizado pelos radioterapeutas do COT, André Gouveia e Fredstone Rodrigues, pelo neurocirurgião, Paulo Marinho e pela física médica, Marcela Carrijo. O método teve duração aproximada de seis horas, calculando todas as suas etapas, desde a colocação do aro de fixação pelo neurocirurgião, realização da tomografia computadorizada para o planejamento, desenho do volume a ser tratado pela física médica, checagem do planejamento na máquina de tratamento e, finalmente, a realização da radiocirurgia na paciente. Dona Maria Sebastiana de Alvarenga Dias, de 59 anos, passou pelo procedimento com otimismo. “Meu câncer começou na mama e depois apareceu em outras regiões do corpo como no fígado e cérebro. Fui apresentada a este tratamento pelo Dr. Rogério Araújo, pois nem eu nem minha família conhecíamos. Pela confiança que tenho no COT, agendei consulta com o radioterapeuta e decidi prosseguir. A minha recuperação foi muito boa, senti um pequeno mal estar apenas nos três dias após o procedimento e graças a Deus agora estou bem. Ainda tomo medicação, mas confio muito no atendimento do COT, pois são todos muito atenciosos comigo”, disse a paciente.

De acordo com o oncologista clínico, Rogério Araújo, responsável pelo acompanhamento clínico da paciente, ela passa bem e está com a doença estabilizada. “Dona Sebastiana está muito bem e em tratamento continuo de um câncer de mama metastático para fígado e agora, para o cérebro. É portanto, portadora de uma doença crônica.  Do ponto de vista oncológico, está com a doença controlada há mais de 4 anos, em tratamento contínuo de 21 em 21 dias”, afirma o especialista.

O procedimento

“A radiocirurgia é uma modalidade de tratamento oncológico não-invasivo para tumores cerebrais malignos ou benignos. É uma técnica de aplicação da radioterapia (tratamento com raios-x) com grande precisão, que apesar do nome não envolve cirurgia, mas sim, permite a aplicação de altas doses de radiação apenas no tumor, protegendo os tecidos saudáveis e possibilitando o tratamento de várias lesões ao mesmo tempo”, explica o médico radioterapeuta, Fredstone Rodrigues.

Segundo o radioterapeuta, este procedimento não substitui a neurocirurgia convencional, mas é uma ferramenta a mais no tratamento. “A aplicação é feita em um único dia, apenas uma vez, sendo possível ser realizada em pacientes debilitados e em tumores de difícil acesso pela cirurgia convencional, com a possibilidade de se tratar várias lesões simultaneamente, tendo apenas como limite lesões com máximo de três centímetros”, afirma o médico. Na radiocirurgia é necessário uma equipe multidisciplinar, com neurocirurgião, físico-médico, radioterapeuta, apoio da equipe de enfermagem e técnicos em radioterapia.

Esse tipo de tratamento faz parte do rol de procedimentos com cobertura obrigatória oferecida pelos convênios de saúde, determinado pela ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar.


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