Espetáculo inédito da Cia. Fusion de Danças Urbanas circula por Minas Gerais


Por: UraOnline

Esta postagem foi publicada em 7 de October de 2014 e está arquivada em Arte & Cultura, Uberaba em foco.


Cultura mineira em associação com o hip hop é o tema do novo trabalho da Cia. Fusion de Danças Urbanas, intitulado “Quando Efé”, que inicia turnê de três meses em outubro. Com base em elementos que vão desde expressões locais até as tradições musical, religiosa e cênica do estado, a obra traz questionamentos sobre a relação da sociedade contemporânea com sua memória por meio das danças urbanas. As seis cidades que recebem o espetáculo são Ipatinga, Uberaba, Uberlândia, Belo Horizonte, Divinópolis e Araxá. A apresentação no Teatro Sesi Uberaba é dia 31 de outubro, às 20h. Os ingressos custam 10 reais. 

“Quando efé” busca aproximar manifestações que podem, num primeiro momento, parecer antagônicas, mas que convivem de forma harmoniosa em uma cidade como Belo Horizonte: o rap, as danças urbanas e as batidas eletrônicas coexistem com modas de viola, com o congado e os tambores mineiros. A inspiração veio de características culturais de Minas Gerais, como festas, sonoridades e danças tradicionais, o trabalho de ícones das artes cênicas do estado, assim como a cena hip hop da capital. O vocabulário também foi observado, a exemplo da expressão “quando é fé”, que deu origem ao título do espetáculo, e significa “de repente” ou “até que”. A obra, entretanto, transcende a simples tematização ao propor uma reflexão acerca de questões como identidade, tradição, inovação, memória cultural e transculturalismo. Dessa forma, a partir das especificidades da mineiridade, procura-se promover uma discussão universal sobre valores humanos. 

A coreografia é uma criação colaborativa dos integrantes, sempre com coordenação de Leandro Belilo, diretor e idealizador do espetáculo, que também atua como bailarino da companhia. Ele foi também responsável pela criação do cenário e do figurino, além de ter participado ativamente da concepção de trilha sonora e da elaboração da iluminação. O elenco conta com outros seis bailarinos: Augusto Rodrigues, Jefferson Siqueira, Jonatas Pitucho, Victor Alves, Wallison Culu e Walmor Calado. A trilha foi composta por Matheus Rodrigues e Isadora Rodrigues, produtora artística e executiva das apresentações, e conta com participação especial do Mestre Negoativo, líder da banda Berimbrown. A orientação de pesquisa ficou a cargo do Professor Doutor Reinaldo Martiniano Marques, da Universidade Federal de Minas Gerais. 

História

A Cia. Fusion de Danças Urbanas surgiu em 2002 a partir da reunião de amigos que gostavam de dançar. O hobby foi ganhando cada vez maior importância, e o interesse pela pesquisa, discussão e divulgação da dança de rua cresceu o suficiente para que o grupo se profissionalizasse e passasse a propor novas formas de se produzir essa modalidade artística. A companhia, além de viver a cultura urbana, busca mostrar essa cultura (às vezes restrita a públicos específicos) para o mundo, aproximando-a de conceitos variados e de outras artes. Assim, suas possibilidades expressivas são ampliadas.

O primeiro espetáculo da companhia é “Som”, de 2009, cuja ideia foi desconstruir a dominação da música sobre o movimento – recorrente no cenário do hip hop –, propondo uma dança que não fosse submissa à batida, mas que dialogasse com ela. 

O segundo trabalho é “Matéria Prima”, de 2012, que dá continuidade à reflexão da apresentação de estreia, acrescentando questionamentos acerca da dança e das motivações que levam as pessoas a praticá-la. O espetáculo rendeu à companhia a aprovação pelo V Prêmio Cena Minas, tendo circulado por quatro cidades mineiras.

Em fevereiro de 2013, a Cia. Fusion estreou seu terceiro espetáculo, “Meráki”. A obra é fruto do amadurecimento artístico da companhia e de um aprofundamento na pesquisa das possibilidades expressivas das danças urbanas. “Meráki” realiza uma integração entre dança, música e fotografia. 

O grupo já se apresentou em importantes festivais do país. Na capital mineira, participou de eventos como o Verão Arte Contemporânea (em 2010, 2012 e 2013) e o Festival de Arte Negra – FAN (em 2012 e 2013), além de ter circulado por diferentes regiões da cidade por meio do Edital Cena Música, da Prefeitura de Belo Horizonte (2013). No interior do estado, são exemplos o Festival de Inverno de Itabira (2012) e o Festival de Inverno da UFMG (2013). O grupo também já circulou por São Paulo e integrou a programação da edição mais recente do Vivadança Festival Internacional. Por este evento, se apresentou em três cidades: Salvador, Vitória e Belo Horizonte. 

O espetáculo atual, “Quando Efé”, teve patrocínio da Lei Municipal de Cultura de Belo Horizonte para sua montagem. A turnê por cidades mineiras é resultado da aprovação no Programa O Boticário na Dança 2013, com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.


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